sexta-feira, 9 de abril de 2010

MARIE CURIE

Marie Curie, nome assumido após o casamento por Maria Skłodowska, (Varsóvia, 7 de Novembro de 1867Sallanches, 4 de Julho de 1934) foi uma cientista francesa de origem polaca. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com um Prémio Nobel, de Física, em 1903 (dividido com seu marido Pierre Curie e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenómeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. Foi uma diretora de laboratório reconhecida pela sua competência.

Juventude

Maria Sklodowska nasceu na atual capital da Polônia, Varsóvia, em 7 de novembro de 1867, quando essa ainda fazia parte do Império Russo. Seu pai era um professor numa escola secundária. Marie se educou em pequenas escolas da região de Varsóvia e um nível básico de formação científica com seu pai.[2]
Ela se envolveu em uma organização de estudantes que queria transformar a ciência e por isso achou melhor fugir de Varsóvia, dominada pela Rússia, para a Cracóvia, na época parte do Império da Áustria. Em 1881, com a ajuda da irmã, se mudou para Paris, onde concluiu seus estudos. Estudando na Sorbonne, obteve licenciatura em física e em matemática. Em 1894 conheceu Pierre Curie, professor na Faculdade de Física, e no ano seguinte se casou com ele.

Estudos

Em 1896, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações, por ele descobertas, emitidas pelos sais de urânio. Juntamente com o seu marido, Maria começou, então, a estudar os materiais que produziam esta radiação, procurando novos elementos que, segundo a hipótese que os dois defendiam, deveriam existir em determinados minérios como a pechblenda (que tinha a curiosa característica de emitir mais radiação que o urânio que dela era extraído). Efetivamente, em 1898 deduziram essa explicação: haveria, com certeza, na pechblenda, algum componente liberando mais energia que o urânio; em 26 de Dezembro desse ano, Maria Skłodowska Curie anunciava a descoberta dessa nova substância à Academia de Ciências de Paris.
Após vários anos de trabalho constante, através da concentração de várias classes de pechblenda, isolaram dois novos elementos químicos. O primeiro foi nomeado polônio, em referência a seu pais nativo, e o outro rádio, devido à sua intensa radiação, do qual conseguiram obter em 1902 0,1 g. Posteriormente partindo de oito toneladas de pechblenda, obtiveram mais 1 g de sal de rádio. Nunca patentearam o processo de obtenção desenvolvido. Os termos radioativo e radioatividade foram inventados pelo casal para caracterizar a energia liberada espontaneamente por este novo elemento químico. Com Pierre Curie e Antoine Henri Becquerel, recebeu o Nobel de Física de 1903, "em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos em suas investigações conjuntas sobre os fenômenos da radiação, descoberta por Henri Becquerel". Foi a primeira mulher a receber tal prêmio.

Carreira científica

Ela conseguiu que seu marido, Pierre Curie, se tornesse chefe do Laboratório de Física na Sorbonne, foi doutorada em Ciências em 1903, e após a morte de Pierre Curie em 1906, em um acidente, ela ocupou seu lugar como professora de Física Geral na Faculdade de Ciências. Foi a primeira vez que uma mulher ocupou este cargo. Ela também foi nomeada Diretriz do Laboratório Curie no Instituto do Radium, da Universidade de Paris, fundado em 1914. Participou da 1ª à 7ª Conferência de Solvay.

Reconhecimento

Oito anos depois recebeu o Nobel de Química de 1911, «em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, pelo descobrimento dos elementos rádio e polônio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento». Com uma atitude desinteressada, não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo a investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade científica. O Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia de Ciências de Paris a rejeitou para sócia, após uma votação ganha por Eduard Branly, tendo perdido a admissão apenas por um voto. Foi a primeira pessoa a receber dois Prêmios Nobel em campos diferentes. A única outra pessoa, até hoje, foi Linus Pauling. No entanto, Marie Curie foi a única pessoa a receber dois prémios Nobel em áreas científicas. Em 1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na Sorbonne. Depois da morte do seu marido teve um romance amoroso com o físico Paul Langevin, que era casado, resultando num escândalo jornalístico, que se misturou a referências xenófobas, devido à sua ascendência polaca. Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Em 1921 visitou os Estados Unidos, onde foi recebida triunfalmente. O motivo da viagem era arrecadar fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que usavam material radioativo sem precauções. Visitou também o Brasil, atraída pela fama das águas radioativas de Lindoia. Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Em 1922 tornou-se membro associado livre da Academia de Medicina. Marie Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934 de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. Sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de 1935, ano seguinte da morte de Marie. O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores dos estudos relacionados com a Radioactividade clássica. Em 1995 seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local. Durante o período da hiperinflação nos anos 90, sua efígie foi impressa nas notas de banco de 20000 zloty da sua Polônia natal. A sua filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, que foi amplamente traduzida em vários idiomas. Em Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem ao argumento de um filme de 1943: "Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer Garson no papel de Marie. Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune fille" (1965), além de uma mini-série francesa, "Marie Curie, une femme honorable" (1991). O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi baptizado em honra do Casal Curie.

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